Afogava-me nas minhas próprias lágrimas, quando tu chegaste e me apaziguaste apenas com a tua simples presença. A minha visão turva conseguiu alcançar aquilo que a princípio me pareceu não passar de uma mancha amarela que se movia na minha direcção.
Fechei os olhos e engoli todo o líquido que me entupia a garganta e me perturbava tanto. Respirei, na aflição dolorosa da ansiedade e do medo que sentia, e sobressaltei-me ao sentir um peso extra invadir com tanta rapidez o lado esquerdo da cama. Mas logo o sobressalto deu lugar à tranquilidade que a macieza do teu toque me proporcionou.
Não correspondi de imediato, e deixei que o nosso contacto se expandisse, e senti-te percorrer o meu braço, apoiares-te no meu pescoço o limpares a lágrima que repousava na maçã do meu rosto.
Começaste a tua magia ronronante.
Enterraste a cabeça no meu pescoço e deitaste-te a meu lado. O teu pêlo macio era onde repousava a minha mão. Lembrei-me da primeira vez que deixava de lado as lágrimas graças a ti, eras ainda pequeno.
Virei-me na cama para o teu lado e tomei-te nos meus braços, afogando o rosto molhado na tua barriga peluda e macia, onde depositei um leve e carinhoso beijo. E assim ficámos até adormecermos.
Engana-se quem pensa que um animal não é um amigo.
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